27/04/2022

Às vésperas da assembleia que elegerá os novos membros do conselho de administração da Vibra Energia (ex-BR Distribuidora), tudo indica que a chapa apresentada pelos fundos Bogari, Dynamo e Verde deverá ser aprovada, sem grandes questionamentos, pelos acionistas da companhia de combustíveis. Formada por ex-executivos e pesos pesados do mundo corporativo, a lista inclui também o nome do ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, que estava à frente da mineradora à época do rompimento da barragem em Brumadinho, que matou 270 pessoas em janeiro de 2019.

A indicação gerou críticas do mercado e de parte dos acionistas, sobretudo pelo fato de Schvartsman ainda ser investigado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – legalmente, não há impedimento para participar de conselhos. Defensores da indicação do ex-executivo acreditam que a experiência dele na crise será relevante para a Vibra.

Nenhum nome ou chapa alternativa tinha sido apresentada para concorrer com a atual lista até o fechamento desta edição. Outro indicador que poderia mudar os rumos da assembleia, marcada para amanhã, é o pedido de voto múltiplo, que permite aos acionistas votarem pela proporção do total de suas ações.

Para instituir esse formato de votação, os investidores precisam reunir, pelo menos, 1% do capital social de uma companhia, mas o percentual varia dependendo do número de ações da empresa. No caso da Vibra Energia, esse percentual é de 5% e não foi atingido até as 14h de ontem, prazo final para fazer valer esse mecanismo.

O Valor apurou que o fundo de pensão Previ (do Banco do Brasil) e a gestora JGP, referência importante no mercado em critérios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), pediram, no fim de março, para que a assembleia fosse feita por voto em lista – ou seja, por escolha por cada integrante da chapa. No entanto, essa opção não foi levada adiante porque eles também não tinham apresentado nomes alternativos.

A lista proposta pelos três fundos traz seis novos conselheiros e é encabeçada por Sergio Rial, presidente do conselho de administração do Santander Brasil, além de Walter Schalka (Suzano), Nildemar Secches (ex- Perdigão), Ana Toni (ex-Greenpeace) e Clarissa Lins (Catavento e ex-Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) – as duas são referências associadas à sustentabilidade.

Os outros três conselheiros que fazem parte do colegiado e foram mantidos são Carlos Piani, Mateus Bandeira e Pedro Ripper. Bogari, Dynamo e Verde têm um pouco mais de 20% de participação na Vibra – nesta conta está incluída a fatia de 9,79% do fundo Samambaia, de Ronaldo Cézar Coelho, que é representado pela Dynamo. Para ler esta notícia, clique aqui. Autor/Veículo: Valor Econômico

Published On: 27 de abril de 2022

Últimas Noticias

Compartilhe este conteúdo!