04/05/2022
Os emplacamentos de veículos cresceram no mês de abril em Minas Gerais. Com apenas 19 dias úteis, os resultados tiveram um salto de 7,41% em comparação a março, mês que teve 22 dias úteis. De acordo com o balanço da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), estão nas ruas, em todo o Estado, novas 44.236 unidades, sendo que em março foram 41.184 veículos emplacados.
Os dados da Federação também mostram que há, no Estado, um recuo de 5,53% entre o total percebido nos acumulados dos primeiros quatro meses deste ano e de 2021. No ano passado, foram 163.841 veículos comercializados. Enquanto isso, em 2022, o número chega a 157.787, uma diferença de mais de 9 mil emplacamentos.
Essa mesma retração do acumulado foi apurada em todo o Brasil, que, no comparativo entre os anos, teve uma queda de 7,2%. Além dessa variação negativa, dados nacionais também mostram um recuo de 1,1% nos emplacamentos entre março e abril de 2022, sendo que em todos os Estados e no Distrito Federal foram vendidos mais de 270 mil carros, frente a 273 mil em março.
Ainda assim, o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, acredita, conforme divulgado em publicação da entidade, que os resultados gerais são positivos, principalmente quando as variantes macroeconômicas são avaliadas. “A Ucrânia, que está em guerra com a Rússia, é um importante fornecedor de insumos para a indústria de semicondutores, o que agrava a crise de abastecimento global. Além disso, há problemas com preços de combustíveis no mundo inteiro. Dentro deste cenário, vemos com otimismo sinais de melhora no setor”, avaliou ele.
Crescimento em Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, os dados da Federação também demonstram um cenário positivo. Somente em abril as vendas cresceram 11,47%, com 29.186 veículos emplacados.Comparado a abril de 2021, o salto é ainda mais significativo, sendo que o setor cresceu 16,49%. Diferentemente do cenário estadual geral e do nacional, o acumulado do ano de 2022 e do ano passado registrou uma queda menor, de 0,12%.
Gabriel Lucian, diretor-executivo da Honda Banzai, da capital mineira, concorda que todo o cenário sinaliza otimismo para o setor. “De uma maneira geral, os dados são bons. Estamos passando por um período de recessão. Com a guerra, toda a logística mundial é afetada e o frete aumenta. Existe ainda falta de produtos e peças para as marcas, e, se mesmo assim, com as dificuldades, a gente consegue ter um crescimento, é um bom sinal”, afirma Lucian, que acrescenta, ainda, que não só semicondutores estão em falta no mercado, mas também alguns modelos, com destaque para lançamentos das fabricantes.
Enquanto a disponibilidade se normaliza e as filas de espera diminuem, Lucian também lembra que as taxas de juros atuais desaceleram a economia, sendo este um ponto sensível, principalmente porque, conforme aponta, a alta da inflação é um movimento a nível mundial. Mas isso não deve desanimar as expectativas positivas do setor. Pelo contrário.
O diretor-executivo da Honda Banzai afirma que lançamentos da montadora que foram postergados devido à pandemia da Covid-19 devem movimentar o mercado no segundo semestre, uma aposta que acontece em um momento de plena flexibilização de regras sanitárias.
“Os lançamentos geralmente atraem os clientes. E nós esperamos um crescimento muito importante. Já estamos presenciando mais pessoas circulando na concessionária após a liberação do uso de máscaras em locais fechados. Isso tudo faz com que as pessoas circulem mais, viagem mais, utilizem mais os seus carros, o que contribui para a venda de veículos mas também para serviços como a revisão e a compra de produtos e peças”, afirma Gabriel Lucian.