Os acionistas da Petrobras reunidos em assembleia-geral, nesta quarta-feira, 16, reconduziram o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, à presidência do conselho de administração, como era previsto, conforme antecipou o Estadão/Broadcast.
O conselho de administração da estatal ganhou um novo membro: o engenheiro e empresário José Fernando Coura, indicado pela União para a vaga deixada por Vitor Saback, ex-secretário do Ministério de Minas e Energia (MME) que deixou o governo e o Conselho da estatal para assumir a presidência da companhia produtora de cobre Paranapanema.
Coura foi eleito com 5,269 bilhões de votos, alocados pela União no processo por voto múltiplo, o número mínimo para garantir a cadeira. Com votos do governo também foram reconduzidos Mendes, reeleito para presidir o colegiado; a presidente da companhia, Magda Chambriard, que ocupa assento no colegiado; o advogado Renato Galuppo; o advogado Rafael Dubeux, secretário do Ministério da Fazenda; e o economista Bruno Moretti, secretário da Casa Civil.
Conforme apurou o Estadão/Broadcast, Coura foi indicado ao Conselho da Petrobras pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Na prática, sua entrada no colegiado preserva a relação de forças entre indicados pelo governo. Silveira indicou Coura, Galuppo e Mendes, enquanto a Fazenda indicou Dubeu, e a Casa Civil, Moretti.
Moretti foi eleito com 3,973 bilhões de votos, menos do que o mínimo necessário, mas o suficiente para superar qualquer outro candidato. Também indicados pela União, Benjamin Rabello Filho e Yvanira Correia não receberam votos da União e ficaram fora do conselho. Seus nomes foram enviados à companhia pelo terceiro ano seguido, mas, na prática, com um caráter de reserva dentro da estratégia do governo.
De sua parte, os acionistas privados elegeram o investidor Juca Abdalla e o contador Aloísio Macário Ferreira de Souza, que completam as oito das 11 cadeiras em jogo. Ambos já haviam sido confirmados por terem obtido mais de 7 bilhões de votos via Boletim de Voto à Distância (BDV), mas ainda ampliaram sua votação com os votos sufragados no momento da assembleia. Juca Abdalla obteve, finalmente, 9,291 bilhões de votos e Macário, 7,558 bilhões.
O mínimo necessário nesta eleição para ocupar uma vaga no Conselho da estatal era de 5,269 bilhões de votos, marca superada por ambos.
Com quase 3% do capital acionário da Petrobras, Abdalla tem votos suficientes para eleger a si mesmo e mais um conselheiro — neste caso, Macário, indicado pelo Fundo de Investimentos em Ações Dinâmica, controlado por seu Banco Clássico.
Nesta eleição ao conselho da Petrobras, oito das 11 cadeiras estavam em aberto para votação por voto múltiplo. Com dois assentos já conquistados por acionistas privados, restam seis cadeiras, a serem preenchidas pela União ainda nesta tarde.
A representante dos trabalhadores, Rosângela Buzanelli, e os eleitos em separado pelos acionistas ordinaristas e preferencialistas, Francisco Petros e Jeronimo Antunes, permanecem em seus cargos no Conselho, por terem sido eleitos por fora do voto múltiplo.
Nesse mecanismo, que multiplica o número de votos pelo número de candidatos, permitindo livre alocação, uma renúncia levou, automaticamente, a uma nova eleição para essas cadeiras — a do advogado e ex-conselheiro, Marcelo Gasparino, que deixou o Conselho da Petrobras em março.
Distribuição de dividendos
A Petrobras reiterou, em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que pagará nos dias 20 de maio e 20 de junho as parcelas relativas à proposta de dividendos adicionais de R$ 9.145.138.735,08, conforme anunciado em 26 de fevereiro e aprovado na assembleia.
A primeira parcela de proventos (R$ 0,36769707 por ação ordinária e preferencial) será paga em 20 de maio. Já a segunda parcela (R$ 0,36769708) será paga em 20 de junho, ambas sob a forma de dividendos, totalizando R$ 0,73539415 por ação.
Os detentores de ADRs da companhia, por sua vez, receberão os pagamentos a partir de 28 de maio de 2025 e de 27 de junho de 2025, respectivamente, conforme indicou a companhia.
Será considerada a posição acionária desta quarta-feira, 16, para as ações negociadas na B3 e 22 de abril para os ADRS. As ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3 a partir desta quinta-feira, 17.
A remuneração aos acionistas da Petrobras relativa a 2024 somou R$ 73,905 bilhões, representando R$ 5,73413520 por ação ordinária e preferencial em circulação. Esse valor inclui as antecipações aprovadas ao longo de 2024 e pagas até março de 2025 de R$ 64,760 bilhões e a proposta de dividendos adicionais de R$ 9,145 bilhões, disse a companhia no comunicado.