A ações de petroleiras cederam ao sabor amargo de mais uma sessão de petróleo em queda livre nesta quarta-feira (22). Fecharam no campo negativo, mas o tombo teria sido maior, não tivesse o barril do óleo Brent (referência mundial) desacelerado o seu recuo. Após cair quase 5% durante a tarde, os contratos futuros da commodity para janeiro fecharam com perda de 0,59%, a US$ 81,96.
Assim, as ações da Petrobras tiveram algum alívio no dia. Após o amortecimento da queda do petróleo, os papéis preferenciais (PN, com preferência para receber dividendos) da Petrobras fecharam em queda de 0,17%, a R$ 35,16 – longa da mínima de R$ 34,25 no dia. Já os papéis ordinários (ON, com direito a voto em assembleias) ficaram praticamente estáveis (-0,08%), em R$ 37,69.
As ações da Prio, que figuraram como a maior queda do Ibovespa até o fim da manhã, reduziram a perda para 1,54%, a R$ 47,24.
Entre as petroleiras juniores (denominação para as privadas de menor porte), a 3R cedeu 1,10%, para R$ 32,63. Já a PetroRecôncavo anotou queda de 0,76% no dia, a R$ 19,66.
Fora da carteira do Ibovespa, a Enauta registrou a maior queda do setor no dia, de 4,34% a, R$ 15,65.
Os contratos futuros do petróleo aprofundaram o movimento de queda após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciar o adiamento de seu encontro que seria realizado neste fim de semana para o dia 30 de novembro.
No caso da Petrobras, somam-se ao cenário de apreensão sobre o mercado rumores sobre uma pressão do governo sobre o presidente da companhia, Jean Paul Prates. O chefe da estatal se encontrou na tarde de ontem com ministros e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para atenuar possíveis problemas com a definição de preço dos combustíveis.
O presidente da República volta a se reunir hoje à tarde com Prates, em meio à pressão para que a estatal garanta preços mais populares nas bombas de combustíveis do país. O assunto colocou em rota de colisão dois pesos pesados do governo: de um lado está Prates e do outro o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Os dois têm trocado farpas em relação ao tema.
Mais cedo hoje, Prates negou qualquer crise na relação com o presidente da República e garantiu “cumprir à risca o que Lula determinar.”
Autor/Veículo: Valor Investe