05/04/2022
Em meio à greve de servidores do Banco Central, o Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal) informou que terá reunião hoje com o secretário de Gestão e Desempenho Pessoal do Ministério da Economia, Leonardo Sultani. Caso não haja proposta oficial do governo, o presidente do sindicato, Fábio Faiad, avisa que a greve deve ser “mantida e intensificada”. A paralisação por tempo indeterminado foi iniciada na sexta-feira. Os servidores pedem reestruturação da carreira e reajuste de 26,3%.
Faiad informou ao Estadão/broadcast que a categoria está disposta a negociar e que pode conversar sobre um reajuste menor do que o pedido. A negociação envolve também outras correções, como o aumento do vale-alimentação e diárias. “A ideia é abrir o canal de negociação para achar alternativa, inovação, criatividade no processo. O problema é que o governo não abriu negociação. A primeira reunião vai ser agora.”
SEM DIVULGAÇÃO. A greve dos servidores já prejudica diversas divulgações do BC, como o Boletim Focus, o fluxo cambial e as estatísticas de setor externo, crédito e fiscais. O órgão cancelou as publicações e não indicou quando os dados vão ser publicados.
Em reunião na sexta-feira, os sindicatos que representam a categoria e a administração do BC decidiram que o Pix, o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e as mesas de operação seriam considerados serviços essenciais e, portanto, mantidos em esquema de contingência durante a mobilização. Mas ainda há questões em aberto a serem discutidas hoje, segundo o presidente do Sinal.
“Vai ter briga a semana inteira, porque colocaram Museu de Valores e atividades burocráticas, que não fazem sentido nessa lista de serviços essenciais”, afirmou. Segundo ele, manter serviços essenciais “é correto e os servidores têm responsabilidade de fazê-lo”, mas o sindicalista considerou “uma provocação desnecessária da diretoria do banco” a inclusão de itens não essenciais.
Segundo o sindicato, cerca 725 comissionados abandonaram seus cargos e a expectativa de adesão à greve é de 60% do quadro de pessoal da autarquia. O BC tem 3.500 servidores. •
Autor/Veículo: O Estado de S.Paulo