27/09/2022

Fonte: Valor Econômico

O processo de desinvestimento de ativos da Petrobras, especialmente no refino, é relevante porque permite trazer novos competidores para o Brasil, afirmou nesta segunda-feira (26) o gerente geral de comercialização no mercado interno da Petrobras, Sandro Paes Barreto.

Em participação em painel na Rio Oil & Gas, o executivo destacou que a multiplicidade de agentes é necessária para garantir a oferta e salientou que esse processo “é muito mais complexo do que simplesmente a venda das refinarias”.

“Obviamente [o desinvestimento] é um processo muito significativo”, disse Barreto. Ele salientou que o distribuidor tem a decisão de quem comprará combustíveis, mas a garantia da oferta requer uma atuação mais refinada por parte da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), cujo papel deve ser de “maestro” num mercado em transformação.

Isso porque a garantia da oferta deve se dar tanto para combustíveis tradicionais (gasolina, etanol, diesel, querosene de aviação) quanto para novas ofertas (biometano e bioQAV, por exemplo). Existem regiões, exemplificou, que vão possuir alta oferta de biometano, cujo atendimento tem que ser assegurado, sem quebras para toda a cadeia.

“O mercado quando é justo e transparente, tende a se ajustar, com regulação leve e saudável”, salientou.

Tecnologias submarinas

A Petrobras vai apostar em novas tecnologias submarinas para reduzir emissões e custos no contexto da transição para uma economia de baixo carbono, disse a gerente executiva do centro de pesquisa da companhia, o Cenpes, Maiza Goulart.

Em palestra na Rio Oil and Gas, Goulart afirmou que ainda vai existir demanda por petróleo mesmo num mundo alinhado com as metas do Acordo de Paris. Essa demanda, no entanto, vai ser atendida pelo petróleo de menor custo e menos emissões.

“As tecnologias submarinas são um desafio e uma aposta para suportar essa dupla resiliência”, disse.

Goulart apontou que a conectividade submarina e a eletrificação dos campos, por exemplo, devem ser algumas das tecnologias que vão contribuir nesse contexto.

“Estamos falando de processamento submarino, transmissão e fornecimento de energia; que são desafios para a indústria. No topo das plataformas, estamos falando de uso de tecnologias digitas intensivas para melhorar eficiência, e desenvolvimento de novos materiais, além da redução de homens/hora expostos a riscos”, afirmou.

A executiva lembrou ainda que Petrobras reduziu pela metade os custos de perfuração no pré-sal desde o início das atividades nessa região, com o desenvolvimento de novas tecnologias.

“Nesses mais de dez anos no pré-sal evoluímos muito. Mas precisamos inovar mais ainda. O desafio da descarbonização é tanto econômico quanto tecnológico”, disse.

Published On: 27 de setembro de 2022

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