28/06/2023
Fonte: Valor Econômico
Vender hidrogênio ao exterior pode ser um dos novos negócios da Petrobras. O diretor de transição energética e sustentabilidade da estatal, Mauricio Tolmasquim, disse nesta terça-feira (27) que pode vender o produto para os mercados interno ou externo. “Ainda não sabemos se vamos começar pelo Brasil ou pelo exterior, vai depender dos preços do mercado e da regulação”, disse em evento organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e o Institute of The Americas, no Rio.
Segundo o executivo, tanto o hidrogênio verde, produzido a partir de energia limpa, quanto o hidrogênio azul, produzido a partir de combustíveis fósseis, estão no radar para se tornarem produtos para que a companhia venda: “Hidrogênio está no nosso radar, tanto o verde quanto o azul. O verde porque pretendemos produzir fontes renováveis, e produzir o hidrogênio verde a partir da eletrólise, e o azul porque temos gás natural e especialistas em injetar gás carbônico. Mas ainda estamos olhando o mercado.”
Tolmasquim mencionou que haverá um leilão na Europa em breve e que a companhia está avaliando participação. O mercado americano também está no radar. “Ainda não sabemos como competir porque tem uma oferta mundial para participar desses leilões. Queremos entrar no campo do hidrogênio, mas ainda não sabemos como vai ser. Nos Estados Unidos, por exemplo, tem subsídios para quem produz hidrogênio lá, mas ainda não temos decisão.”
O diretor também anunciou que a Petrobras começou testes de um combustível marítimo composto por 24% de conteúdo renovável. Outro teste já havia sido feito com 10% de renovável anteriormente e foi bem sucedido, agora a companhia quis elevar o percentual para avaliar o desempenho. “Queremos avançar na área de biocombustíveis. Ainda é algo experimental, é um projeto de tempo limitado, não é algo comercial”, afirmou o diretor.
Foram 560 mil litros de combustível utilizados para abastecer um navio afretado e está posicionado no Rio Grande do Sul, numa área da Transpetro, a subsidiária de logística da Petrobras. Segundo Tolmasquim, a matéria-prima é 70% de óleo de soja e 30% de gordura animal e foi processada pela usina de Montes Claros. “A ideia é que a gente possa reduzir as emissões em 17% em relação ao que seria o combustível mineral.”